quinta-feira, 23 de agosto de 2012

TRÊS CICLISTAS PEDALAM A TRANSAMAZÔNICA E REGISTRAM CADA TRECHO DESSA AVENTURA


Crédito: Divulgação/Projeto Cicloamazônia
Ciclistas participantes do projeto Cicloamazônia

do SENAC SETOR 3

Com calma e respeito. É dessa forma que os três ciclistas pretendem atravessar a Amazônia, pela BR-230. Sentindo na pele o calor de uma das maiores florestas tropicais do Planeta. A equipe é formada por: Daniel Santini, editor da agência de notícias da organização Repórter Brasil e colunista sobre mobilidade urbana do blog Outras Vias, do Portal O ECO, Marcelo Schadt Assumpção, administrador e fotógrafo e o ilustrador Valdinei Calvento, da Bicicleta Girassol. Os ciclistas querem ouvir, conviver, observar, conhecer e aprender, além de dividir cada trecho e troca em sua viagem no blog. Trata-se do projeto Cicloamazônia.

O percurso é a BR-230, conhecida como Rodovia Transamazônica, estrada que cruza o estado do Amazonas. De acordo com informações do blog da iniciativa, a viagem tem o objetivo de reunir informações sobre a região e dar voz aos que vivem nas margens da estrada. É conhecido pelo difícil acesso e tráfego. O grupo pretende percorrer 1.228 km de bicicleta em cerca de dois meses. Entre agosto e setembro, a equipe irá mapear questões importantes sobre degradação ambiental e o avanço do desmatamento nas margens dessa rodovia. Eles irão acampar usando redes no percurso.

O blog do projeto é um espaço para dividirem suas histórias, suas reportagens e registro de imagens durante o percurso. Há notícias sobre a viagem, desde os preparativos, equipamentos, levantamentos de informações e dados, mitos e verdades da região, inclusive experiências de aventureiros com prática nesse percurso na subseção cicloviagens.

A primeira parte da viagem está concluída. A equipe já percorreu de Lábrea até Humaitá em seis dias. Em números, até esta parte, os ciclistas resumiram em: três dias de viagem; com 229,94 km percorridos; velocidade média de 12,6km/h; velocidade máxima de 25,6 km/h; um bagageiro dianteiro quebrado; dois tombos; uma insolação; um peixe pescado; três pacotes de macarrão; 36 litros de água consumidos (água de rio tratada com cloro); meio quilo de arroz; 28 maxixes (alguns descascados no dente durante a pedalada); dois quilos de poeira acumulados no corpo e ingeridos, aproximadamente. “O trânsito local já deu uma ideia do que vamos enfrentar pela frente. Cada veículo que passa pela Transamazônica levanta uma nuvem de poeira densa, que torna difícil enxergar e respirar. A estrada é um conjunto de buracos e completar 70 km por dia foi um desafio e tanto. Pedras, areia escorregadia e mudanças constantes de terreno marcaram este primeiro trecho”, conta os aventureiros no blog.

Em 16/8, foi a última postagem da equipe de ciclistas. Já percorreram mais de 400 km em quatro dias com condições adversas para chegar em Apuí. "Pedalamos sem sombra durante esta parte da viagem. A floresta que deveria estar ao redor da estrada o gado comeu. Quer dizer, primeiro ela alimentou – e ainda alimenta – as madeireiras e, depois, virou pasto. Na Amazônia, a temperatura fica mais dura sem sombra. No trecho anterior, de Lábrea até Humaitá, sempre podíamos parar e descansar. Dessa vez, decidimos avançar mais rápido justamente por conta dos trechos inóspitos. São quilômetros e quilômetros de pastagem sem nenhuma árvore para amenizar o sol. Quando não é capim, são tocos e terra queimada, arrasada mesmo”, contam os ciclistas no post.

Essa iniciativa está no Catarse, um site de financiamento coletivo a diferentes ações, para conseguir colaboração em passagens aéreas, equipamentos, para retorno e produção de um material bem elaborado com as informações da cobertura. Confira aqui: bit.ly/RzfwBE