quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pós-doutorando da UNESP descobre espécie de minissapo

 
 Portal UNESP
Letícia Santos, Unesp de São José do Rio Preto Primeira descrição formal é publicada em revista científica
Michel Varajão Garey, pós-doutorando da Unesp de São José do Rio Preto, publicou, em julho, na revista científica Herpetologica, a primeira descrição formal de uma espécie de minissapos encontrada na Reserva Natural Salto Morado, administrada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em Guaraqueçaba, PR.
A espécie, que foi descoberta pelo pesquisador durante seu mestrado, em 2007, tem 1,5 cm de comprimento e três dedos nas patas de trás.
 “A Brachycephalus tridactylus também difere das outras espécies de minissapos pelo seu padrão de coloração: amarelo alaranjado com manchas cinza e oliva na lateral”, explica Garey.

O pesquisador conta que, durante o mestrado, seus estudos se restringiam à área mais baixa da Reserva. Apesar disso, ele conta que tinha vontade de explorar áreas mais altas. Por isso, em fevereiro de 2007, organizou uma expedição para observar melhor essa região e acabou encontrando a nova espécie.
“Não se sabe se a Brachycephalus t. foi encontrada em partes mais altas porque prefere ou porque só sobrevive em tais condições”, comenta Garey. “Apesar disso, essa última explicação parece ser a mais correta, já que ainda não se encontrou tal espécie em áreas baixas.”
Algumas amostras foram coletadas e levadas para o Museu de Zoologia da USP e para o Museu da Unesp de Rio Claro, onde o pesquisador pôde comparar as espécies de minissapos em sua pesquisa de doutorado, em 2010.

Anfíbios - Garey afirma que os anfíbios são importantes na cadeia alimentar e na teia trófica. Alguns possuem substâncias que podem ser usadas em fármacos.
 “Outras pesquisas, como a sobre a fisiologia dessa espécie, ainda precisam ser desenvolvidas para chegarmos a uma conclusão”, comenta.
Para Garey, tais descobertas mostram que há pouco conhecimento sobre diversidade. “Essa área precisa de mais estudos e pessoas aptas”, afirma. “Sabe-se muito pouco sobre as espécies existentes até em áreas muito pesquisadas”.
Dessa forma, ele conclui que é importante preservar áreas e diminuir o desmatamento, pois há muito o que descobrir e se conhecer.

Atuação - Atualmente, Garey participa do Projeto Sisbiota (Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade) da Fapesp. Na Unesp de São José do Rio Preto, recebe orientação da professora Denise Rossa-Feres, do Departamento de Zoologia e Botânica.
A Fundação Grupo Boticário o chamou para continuar a pesquisa com a nova espécie de minissapo, mas ainda não há nada definido. “Os novos estudos analisariam o tamanho da população, a existência ou não de machos e fêmeas, os ambientes em que se reproduzem e vivem, entre outros aspectos”, declara.