quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pesquisadores discutem impactos das mudanças climáticas no cerrado



Estudos sobre o tema serão apresentados no IX Encontro de Botânicos do Centro-Oeste, entre os dias 18 e 21 de julho, que reunirá na UnB especialistas de quatro universidades 
Luciana Barreto - Da Secretaria de Comunicação da UnB Agencia
Mudanças climáticas, eixo estratégico para o desenvolvimento sustentável, vão orientar os debates do IX Encontro de Botânicos do Centro-Oeste, que acontece entre 18 a 21 de julho, na Universidade de Brasília. Estudos associados tanto a esse tema quanto ao bioma do cerrado serão apresentados por pesquisadores da região e professores das universidades do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Participam também das discussões representantes do Ministério do Meio Ambiente e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A abertura do encontro trará a conferência Aquecimento global: ciência ou religião?, com o professor Gustavo Macedo de Mello Batista, do Instituto de Geociências da UnB. Para Dalva Graciano, professora do Departamento de Botânica e presidente do evento,
“o congresso será uma oportunidade de compartilhamento de pesquisas de ponta e de estudos multidisciplinares extremamente importantes no campo da conservação das espécies”. Como exemplo, ela menciona a mesa redonda que irá coordenar: adaptações anatômicas a estresse hídrico e aumento de temperatura, além de outra que trata de ecologia e adequações da vegetação de áreas úmidas, que estará a cargo da professora Cristiane da Silva Teixeira, também da UnB. “São estudos que dialogam com outras áreas, como Ecologia, Bioquímica, Fitoquímica, Biologia Molecular”.


Cristiane Teixeira, que atua na linha de pesquisa de ecofisiologia vegetal, explica que o fenômeno de adaptação das plantas a situações de estresse ambiental, como alagamento do solo ou deficiência hídrica, acarreta modificações em sua própria anatomia ou mesmo em seus aspectos bioquímicos e morfológicos. “Avaliamos biomas bem distintos, como Amazônia e cerrado, e procedemos a simulações de condições ambientais – seca ou alagamento –, desde a germinação até o estabelecimento da planta”, conta.
Para o coordenador de pós-graduação da Botânica, professor Paulo Saraiva Câmara, “o encontro é uma excelente oportunidade para envolver outros segmentos da sociedade, como gestores públicos e economistas, por exemplo. Nosso objetivo é somar esforços em prol do desenvolvimento sustentável e melhor conhecimento de nossos ecossistemas”.
Temas
As palestras compreendem temas como biossegurança, uso de sensoriamento remoto para conservação das espécies, legislação aplicada à pesquisa, novos métodos de investigação botânica. O encontro trará ainda mesas redondas sobre mudanças climáticas, restauração ecológica e práticas em etnobotânica e simpósios, entre outros, que abordarão assuntos como DNA e estudos aplicados com plantas, avanços no estudos de gramíneas e leguminosas do Centro-Oeste e desenvolvimento sustentável. 
Diversos mini-cursos ocorrerão ainda durante o simpósio. Entre eles, Introdução ao Sistema de Informação Geográfica e Modelagem de distribuição de espécies, Nomenclatura botânica, Viveiros e produção de mudas no Cerrado, Aproveitamento Alimentar de frutos do Cerrado, Avanços em técnicas microscópicas e Introdução à fotografia científica.Veja a programação completa.