quarta-feira, 6 de junho de 2012

Projeto "Praia Limpa" da UFPA incentiva a participação da comunidade




Mosqueiro (foto), Cotijuba, Joanes, Salinas e
Algodoal receberão visitas da equipe do Projeto













por Pedro Fernandes/
foto Alexandre Moraes

UFPA/Jornal Beira do Rio
Em vigor desde 2010, o Projeto de Extensão "Praia Limpa", da Faculdade de Oceanografia da Universidade Federal do Pará (UFPA), realiza ações de conscientização socioambiental em praias de zonas costeiras no Pará. A novidade é que, este ano, o Projeto passou a integrar o Programa de Proteção à Zona Costeira Amazônica (PPZCA), apoiado pelo Ministério da Educação.

A partir de suas ações, o Projeto visa incentivar os moradores das comunidades visitadas a refletirem sobre as questões socioambientais, principalmente as que dizem respeito ao saneamento básico, ao uso e reuso da água e à reciclagem de resíduos sólidos.
E ainda, estimulá-los a propor soluções exequíveis a estas e a outras questões coletivas. A proposta é uma educação ambiental tanto para os frequentadores quanto para as populações locais, principalmente nos períodos de alta estação, quando o número de visitantes e de produção de resíduos sólidos aumenta.
Em 2012, o Projeto atuará em Outeiro, Mosqueiro, Cotijuba, Breves, Soure, Algodoal, Ajuruteua, Salinas, Joanes e na Ilha Longa. As ações são realizadas por professores e alunos da UFPA, principalmente do Instituto de Geociências (IG). Antes de chegar ao local, é feito um levantamento das características e dos problemas socioambientais da comunidade visitada. As ações devem envolver características e questões próprias de cada localidade.
Para abordar temas como a coleta seletiva e a reutilização de resíduos sólidos, os bolsistas utilizam instrumentos lúdicos e pedagógicos. Entre eles, teatro, gincanas, salas de desenho livre, palestras, debates e oficinas de reciclagem. O objetivo é tornar o ambiente mais limpo e saudável e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas.
"Planejamos atividades voltadas para as crianças, como uma peça infantil com personagens folclóricos, típicos da região, Curupira, Matinta Pereira, Boto e Mãe d'água", explica Marcelo Rollnic, professor da Faculdade de Oceanografia da UFPA e coordenador do Projeto.

Teatro e desenho chamam a atenção do público infantil

A atividade teatral é usada com o objetivo de deter a atenção do público e direcioná-lo para os temas abordados pelo Projeto. Nas escolas, é encenada a peça "O lixo da gente", nas praias, alguns autos são representados para transmitir mensagens educativas aos banhistas. Gincanas também são usadas como ferramenta de conscientização e mobilização do público. Por meio do jogo de perguntas e respostas, brincadeiras e prêmios, as diretrizes do Projeto são apresentadas aos participantes. A intenção é incentivar a participação da comunidade.
Outra ação são as salas de desenho livre, que estimulam a criatividade das crianças e possibilitam o entendimento das questões locais. Para que os pais dessas crianças também participem das ações, as salas de desenho são realizadas paralelamente à programação adulta.
Para obter informações socioeconômicas das localidades escolhidas, os integrantes do Projeto entrevistam os moradores com o auxílio de questionário semiestruturado, composto por perguntas subjetivas e objetivas. As informações recolhidas possibilitarão uma maior compreensão das demandas das comunidades visitadas.
Entre as oficinas desenvolvidas pelos facilitadores que atuam no Projeto, estão: produção de bijuterias com escamas de peixe e sementes; reaproveitamento de legumes, verduras e frutas; fabricação de brinquedos e artesanato com garrafas PET; reuso do óleo de cozinha para fabricação de sabão e formação de orientadores para o ecoturismo local.

Experiência: bolsistas valorizam trocas com comunidade

Hoje, 20 alunos da Universidade são colaboradores.  O Projeto possibilita que eles façam uma análise crítica dos problemas socioambientais e compreendam as dificuldades inerentes à área em que irão atuar. Além disso, permite que eles troquem conhecimentos e experiências com as pessoas das comunidades visitadas.
"Aprendemos a ser gestores, identificando problemas e tentando resolvê-los. Também aprendemos a tratar um tema específico a partir de diversas abordagens e a lidar com públicos diferenciados ", conta Antônio Dergan, aluno do curso de Oceanografia da UFPA e bolsista do "Praia Limpa".


"Os alunos estão aprendendo e colaborando. Estão empolgados, propondo e executando ideias, como a peça teatral e algumas oficinas de reciclagem. Além disso, esse contato com a comunidade e com o próprio meio ambiente está sendo proveitoso. Ao conversar com pescadores, com as populações tradicionais, as quais presenciaram as mudanças sofridas pelas praias ao longo dos anos, eles adquirem muitos conhecimentos. São informações que contribuem para a formação profissional e cidadã", finaliza Marcelo Rollnic.