terça-feira, 26 de junho de 2012

Pesticidas e resíduos industriais ameaçam animais marinhos na costa do país


por Marcela Ulhoa do Correio Brasiliense

Ao mesmo tempo em que o Brasil está no centro das discussões ambientais por ter sido a sede da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), sua fauna oceânica sofre com o alto índice de contaminação por poluentes no litoral das regiões Sul e Sudeste. Albatrozes, petréis, golfinhos, orcas, atobás-marrons, atuns, lulas e uma variedade de peixes estão entre os animais prejudicados, atingidos principalmente pelo pesticida DDT e por bifenilos policlorados (PCBs). A constatação é feita por pelo menos três estudos conduzidos por oceanógrafos brasileiros com espécies e em regiões distintas. Nas análises, realizadas por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), 100% dos animais avaliados apresentaram algum nível de intoxicação.

A ação de tais poluentes pode ser a causa de vários problemas, como o aumento da mortalidade e a diminuição do sucesso reprodutivo, que afetam as populações de cetáceos (animais marinhos pertencentes à classe dos mamíferos) e procellariiformes (ordem de aves que habitam o oceano aberto). Alguns efeitos adversos foram constatados em golfinhos e mergulhões, mas ainda são poucos os estudos que se debruçam sobre as possíveis consequências causadas por esses compostos. Uma coisa, entretanto, é certa: sua presença na fauna marinha é um importante indicador da poluição ambiental.