Os raios ultravioletas da luz solar podem trazer uma série de danos à saúde, como envelhecimento precoce e câncer de pele
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Pesquisadores da Suíça e dos Estados Unidos desenvolveram um dispositivo que pode transformar a luz solar em combustível. O processo é parecido com a fotossíntese das plantas. O reator usa os raios do sol e um óxido metálico chamado cério para quebrar dióxido de carbono ou água e transformá-los em combustíveis que podem ser armazenados e transportados.

O reator pode ser usado para criar combustíveis para transporte ou ser adotado em larga escala por usinas de energia, em que o combustível criado a partir de energia solar poderia estar disponível durante todo o dia e noite.

A pesquisa, publicada na revista Science, explica que esse dispositivo é diferente dos painéis fotovoltáicos comuns. Esses precisam usar a eletricidade que geram no local onde estão instalados, e não conseguem gerar energia durante a noite.

O reator usa uma janela feita de quartzo e uma cavidade para concentrar a luz do sol em um cilindro revestido com óxido de cério.

 O cério, que é altamente disponível e o mais abundante dos metais de terra rara, tem uma propensão natural a liberar oxigênio quando é esquentado, e absorver quando esfria. Se dióxido de carbono e água forem bombeados para dentro do recipiente, o cério irá retirar o oxigênio dos dois enquanto esfria e assim criar hidrogênio e/ou monóxido de carbono. O hidrogênio produzido pode ser usado para abastecer células de hidrogênio em carros, enquanto a combinação de hidrogênio e monóxido de carbono pode ser usada para criar "gasolina sintética". O metano também pode ser produzido com a mesma máquina.

Por enquanto o dispositivo ainda é ineficiente, já que aproveita apenas 0.7% ou 0.8% da energia solar. Mesmo assim, os pesquisadores se dizem confiantes de que o aproveitamento possa aumentar para 19% se aperfeiçoarem o isolamento e fizerem aberturas menores. Com esse índice de eficiência, o dispositivo já se tornaria disponível para ser comercializado.

A professora Sossina Haile, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, admite que o destino desse e de outros dispositivos em desenvolvimento dependem da decisão dos governos de adotar uma política de baixo carbono. "Com essa política, uma pesquisa desse tipo avançaria muito mais rapidamente", disse ela à rede BBC.