Novo relatório, lançado em encontro da Cites, em Catar, diz que o quadro é particularmente crítico no leste da República Democrática do Congo, devido a uma escalada dos confrontos armados; milícias rebeldes na região são responsáveis pela maior parte das atividades comerciais ilegais.
Carlos Araújo, da Rádio ONU em Nova York.*
Os gorilas poderão desaparecer de grandes regiões da Bacia do Congo nos próximos 15 anos a menos que ações urgentes sejam tomadas para proteger os seus habitats e combater a caça ilegal.
A afirmação foi feita nesta quarta-feira pelas Nações Unidas e pela Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal.
Espécies
Projeções anteriores feitas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, em 2002, indicavam que apenas 10% das espécies originais iriam permanecer até 2030.
Uma nota da agência da ONU, divulgada em Doha, onde acontece uma conferência da Convenção sobre Mercado Internacional de Espécies em Risco da Fauna e da Flora, Cites, afirma que essas estimativas parecem agora muito otimistas.
Segundo o Pnuma, isto se deve a uma intensificação de pressões como o desmatamento ilegal, atividades de mineração, produção de carvão e a crescente procura de carne de caça, incluindo a de gorilas.
Surtos do vírus Ebola também contribuíram para a situação. A doença já matou milhares de gorilas.
Um novo relatório, lançado no encontro da Cites, em Catar, diz que o quadro é particularmente crítico no leste da República Democrática do Congo, devido a uma escalada dos confrontos armados.
Atividades Ilegais
O documento revela que milícias rebeldes na região são responsáveis pela maior parte das atividades comerciais ilegais avaliadas em centenas de milhões de dólares por ano, como a exportação de madeira e minérios como ouro e diamantes.
O diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner, descreveu a situação como uma tragédia para os gorilas e para as comunidades locais. Ele elogiou o envolvimento da Interpol na proteção dos gorilas.
Voce pode ler mais sobre a reunião da CITES no WP
