quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

NOSSA OPINIÃO

À medida que a Conferência do Clima, patrocinada pelas Nações Unidas, que na sua 15ª versão teve por sede a cidade de Copenhagen, capital da Dinamarca, chega a seu fim, um sentimento vai tomando conta da imprensa especializada e dos meios acadêmicos e científicos mundial: frustração.

 Os que apostaram no fracasso da Conferência, parece que acertaram.



O primeiro desaponto partiu da constatação de que, o que fora acordado em Kyoto (COP3, 1992) pouco de efetivo foi implementado, o que por si só, já justificaria um enfoque mais conclusivo dos países participantes na atual  Conferência.



O segundo e mais importante reparo a ser feito é o despreparo do país-séde, a Dinamarca, pequeno enclave nórdico com apenas seis milhões de habitantes, com uma estrutura muito aquém da necessária, que usou e abusou do desmedido e desnecessário uso da força policial para combater pacíficos manifestantes.

Note-se a coisa foi tão despropositada, que a polícia dinamarquesa prendeu e deportou manifestantes, só porque estavam fantasiados de bichos, isto por que as leis locais não permitem o uso de máscaras nas ruas, coisa que quase nenhum país do mundo o faz.


Alardeou-se como se fosse coisa de país desenvolvido,que a segurança foi reforçada de tal forma, requisitando-se policiais de todos os recantos do país. Estariam mobilizados em Copenhagen, dois terços do total do  efetivo de segurança para reprimir pacíficos manifestantes que estavam ali para exigir dos chefes de Estado mais respeito à vida no planeta. 




“Cop” na gíria americana significa policial. Daí viria COP 15? é o que parece.




Quanto à Conferência em si, esta virou uma disputa entre países ricos e os em desenvolvimento. Ambos pelejando entre si, os últimos esmolando recursos e os primeiros negando e ambos não chegando a parte alguma.

Dificilmente poderia haver  um consenso em uma reunião dessa magnitude com esse simulacro de organização.

Resta ainda perguntar: porque os chefes de Estado devem ir á Conferência  para assinar um eventual protocolo, pois a maioria dos países depende do Legislativo para a aprovação de acordos e tratados internacionais? Tarefa desnecessária e dispensável.



Conclui-se disto tudo que o formato utilizado pela ONU para a realização de uma conferência que tem por fim, equacionar e viabilizar soluções para o planeta Terra, não pode ser o de produzir uma nova Torre de Babel com mil e tantos participantes reunidos em um recinto, falando apenas a língua do interesse próprio.
Uma reformulação é necessária inclusive para dar efetividade ao documento  que ao final será formalizado.

A não ser que a finalidade de tais encontros seja apenas simbólica, para chamar a atenção para um problema, que os participantes sabem que não tem o poder de resolver. Não deve ser por aí.




Assunto tão sério deveria ser tratado de maneira mais séria. Deveria se pensar, por exemplo, em dividir-se o evento em cinco grupos, um em cada continente, que levariam as conclusões finais a uma cimeira com poderes decisórios,  que deveria contar com um número mínimo de participantes.

Se não se fizer algo neste sentido, tornaremos a ver reuniões que tem por fim solucionar a séria questão climática, surtirem efeito contrário, nada decidindo e só colaborando para a ampliação do passivo ambiental. Nada resolvendo e até agravando a situação que já é por demais crítica




À redação