terça-feira, 8 de dezembro de 2009

EM COPENHAGEN, CLIMA DE ESPERANÇA DOMINA A CONFERÊNCIA

Dennis Barbosa
Do G1, em Copenhague


Delegações dos 193 países terão apenas 6 dias de reuniões técnicas.
Ministros terão 2 dias para negociar até a chegada dos líderes nacionais.


" O tempo de declarações formais acabou"

A Conferência sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (COP 15) começou na manhã desta segunda-feira (7) em clima de esperança - pelo menos da parte dos organizadores - em relação a um acordo global de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa. O evento foi aberto oficialmente pelo presidente da COP 14, o polonês Maciej Nowicki.




Primeiro-ministro dinamarquês Lokke Rasmussen discursa na abertura da COP 15 (Foto: AFP/ATTILA KISBENEDEK)




Na cerimônia de abertura, o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Yvo de Boer, destacou que o “tempo de declarações formais acabou”. “Chegou o momento de darmos as mãos”, prosseguiu o representante da ONU.

Ele lembrou aos participantes que lotavam o plenário principal do Bella Center, espaço de convenções onde acontece a conferência, que as delegações dos 193 países terão apenas seis dias de reuniões técnicas para entregar resultados aos seus ministros (no caso da delegação do Brasil, quem está à frente é a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff).




Instalação 'The Pulse of the Earth', perto do centro de convenções onde ocorre a Convenção sobre Mudanças Climáticas, busca chamar a atenção para as consequências do aquecimento global (Foto: Reuters/Pawel Kopczynski)

Os ministros, então, terão dois dias para negociar até a chegada dos líderes nacionais que, se as esperanças se confirmarem, podem fechar um acordo climático global até 18 de dezembro.

A prefeita de Copenhague, Ritt Bjerregaard, e o primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Rasmussen, reforçaram na abertura a esperança de que as negociações avancem neste encontro. Bjerregaard disse que a cidade precisa se tornar “Hopenhagen”, trocadilho com a palavra “esperança” em inglês (hope) que tem sido usada em campanhas em favor de um consenso climático. As autoridades dinamarquesas esperam que seu país fique marcado como o que selou o acordo que vai substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.


A presidente da COP 15 e ex-ministra do Clima da Dinamarca, Connie Hedegaard, destacou os compromissos de controle das emissões assumidos pelas nações em desenvolvimento, incluindo o Brasil, e também apelou aos presentes por um acordo.


O presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, sigla em inglês), Rajendra Pachauri, se juntou a De Boer e aos governantes dinamarqueses ao pedir um acordo em Copenhague.

Ele aproveitou para criticar o vazamento de e-mails trocados por cientistas da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha, e de outras instituições, que levaram a acusações de que dados produzidos por pesquisadores do clima não seriam confiáveis. Pachauri argumentou que um novo acordo de redução de emissões incomoda de tal maneira que provoca até o cometimento de “ilegalidades”. Ele destacou ainda que as pesquisas produzidas pelo painel não são resultado de trabalho individual,e sim de milhares de cientistas que pesquisam e checam suas conclusões entre si.




Ativista infla balão que diz 'Este é o tamanho de uma tonelada de CO2', em frente ao centro de convenções onde acontece a Cop 15, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Copenhague, na Dinamarca.

fonte:msn verde